(Agência Estado)
O senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão é acusado de ter recebido R$ 5,5 milhões em propina pela Odebrecht, com o propósito de rever o resultado do leilão da usina de Jirau, para que a empreiteira de Marcelo Odebrecht assumisse o empreendimento. Lobão, que recebe o nome de “Esquálido” nas planilhas do departamento de propinas da Odebrecht, teria cobrado uma contrapartida após reunião com os executivos da empreiteira.
“Ele sinalizava que iria nos ajudar. E que precisava de nossa ajuda, de propina”, declarou o delator Henrique Serrano do Prado Valadares, ex-executivo da Odebrecht na área de energia.
UM ESFORÇO – “Marcelo acreditou nisso. Sem que ele (Lobão) entregasse nada, simplesmente para que ele fizesse um esforço de, usando nossos argumentos, que eram verdadeiros e absolutamente legais, ele criasse um contraponto na Casa Civil. Para isso surgiu um pagamento de R$ 5,5 milhões. Com certeza, caixa 2”, afirmou o delator.
O caso se deu em 2008. A Odebrecht liderava um consórcio que disputava a usina e ameaçava ir à Justiça para questionar a proposta do consórcio vencedor do leilão, Energia Sustentável do Brasil, liderado pela empresa Suez. “Havia reuniões entre as empresas. Marcelo perdia a cabeça com o cinismo do pessoal da Suez e queria bater no cara”, referindo-se ao presidente do grupo Suez no Brasil, Maurício Bähr.
PATÉTICO – Segundo Marcelo Odebrecht, a Suez teria feito um acordo com a Casa Civil para permanecer no negócio. Maurício Bähr teria “jurado pelos filhos” que não tinha feito acordo nenhum. “O Marcelo chegou para ele e disse: Maurício, você está sendo patético”, contou o delator, acrescentando que Lobão chegou a apartar os dois.
O pagamento da propina, afirmou Valadares, foi feito em algumas ocasiões, com entrega de dinheiro diretamente na casa do filho de Lobão, Márcio Lobão, no Rio de Janeiro. Em fevereiro, a Polícia Federal fez busca e apreensão na residência de Márcio.
Sobre o ex-senador Lobão Filho, o delator afirmou que, em encontros em São Paulo, ele falava que podia ajudar a Odebrecht em obras, mas que isso exigia contrapartidas da empreiteira.
SOPA ESPANHOLA – Em suas reuniões com o ministro Lobão em Brasília, Valadares disse que era recebido no gabinete com gaspacho, uma tradicional sopa espanhola. “Ele é magro que nem um palito, e se alimenta a base de gaspacho”, disse Valadares.
Depois de acertar os pedidos e propinas, disse o delator, Lobão pedia para que o “fiscal” entrasse no gabinete, para registrar os temas e discussões feitas durante o encontro.
Em nota, por meio dos seus advogados, Edison Lobão afirmou que “repudia mais uma vez o reiterado vazamento de informações sigilosas e esclarece que está buscando o devido acesso legítimo e oficial a tais documentos perante o STF”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como se vê, Lobão faz jus ao nome e avança com voracidade na cadeia alimentar da corrupção. Ao lado de Barbalho e Sarney, é um dos veteranos da corrupção, considerado grande mestre do enriquecimento ilícito. Veremos se será apanhado, porque Lobão mais parece um gato de sete vidas, digo, gatuno de sete vidas. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como se vê, Lobão faz jus ao nome e avança com voracidade na cadeia alimentar da corrupção. Ao lado de Barbalho e Sarney, é um dos veteranos da corrupção, considerado grande mestre do enriquecimento ilícito. Veremos se será apanhado, porque Lobão mais parece um gato de sete vidas, digo, gatuno de sete vidas. (C.N.)
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