sábado, 8 de julho de 2017

Primo de desembargador cometia fraudes em cartório do Piauí


 

Descoberta aconteceu a partir de denúncias de superfaturamento de taxas e pagamento de horas extras irregulares


Desembargador Ricardo Gentil comentou que vai pedir ressarcimento (Foto: Gilcilene Araújo / G1 PI)Desembargador Ricardo Gentil comentou que vai pedir ressarcimento (Foto: Gilcilene Araújo / G1 PI)
Desembargador Ricardo Gentil comentou que vai pedir ressarcimento (Foto: Gilcilene Araújo / G1 PI)
O Corregedor Geral de Justiça do Piauí, desembargador Ricardo Gentil Eulálio Dantas informou nesta sexta-feira (7) que descobriu a participação de um primo em uma empresa que atuava em um cartório de Teresina. A constatação está presente em um relatório de fiscalização. A partir da investigação o corregedor determinou o afastamento da responsável interina do Cartório do 2º Ofício de Registro de Imóveis de Teresina.
Segundo o desembargador uma empresa atuava dentro do cartório, de modo irregular, com a participação de um primo dele. A participação do homem ainda não está delineada, conforme disse o desembargador. “Não sei avaliar até que ponto. A informação que tenho é que ele funcionaria como um despachante nessa empresa. O poder dessa empresa estava nas mãos de um enteado dele e fazia parte desse núcleo de administração do cartório”, pontuou o corregedor Ricardo Gentil.
Não há estimativa de quanto a empresa arrecadou atuando em processos que tramitavam no cartório, sob a promessa de trâmite mais acelerado. “Não se pode negar parentesco. É fator adicional para a tomada de decisão, mas a questão não é só essa. A situação dessa empresa era de acelerar processos em que ela recebia os seus dividendos”, comentou o corregedor afirmando que haverá pedido de ressarcimento e de apuração criminal das irregularidades.
A partir do relatório, a tabeliã interina nomeada em 2016 para comandar cartório foi demitida. “Quebraram minha confiança e por isso todos foram afastados. Percebemos que a diretoria sabia de todos os fatos aqui apontados. Além disso, alguns funcionários foram exonerados porque sabiam e não fizeram nada. Então foram omissos”, afirmou.
As denúncias de irregularidades surgiram após a demissão de 20 funcionários do cartório sob alegação de contenção de gastos. Diante da situação, chegaram denúncias na corregedoria de havia superfaturamento de taxas e o pagamento de horas extras não trabalhadas.

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