sábado, 31 de agosto de 2013

Flávio Dino lidera em Presidente Dutra com 60,24% contra 12,24% de Luis Fernando

Pesquisa 1 PK (2)


A aproximadamente um ano das eleições de 2014, o cenário político no Maranhão já começa a tomar forma. O Instituto BMO Marketing realizou pesquisa no município de Presidente Dutra-MA, para avaliar o desempenho dos prováveis candidatos na disputa estadual. A pesquisa aponta vitória do candidato da oposição e presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), em todos os cenários.
Na disputa entre os pré-candidatos ao governo do estado, Flávio Dino (PC do B) lidera com 46,09% seguido por Arnaldo Melo (PMDB) com 11,14%, Luís Fernando (PMDB) com 9,13%, Waldir Maranhão (PP) com 8,24% e Eliziane Gama (PPS) com 1,34% das intenções de voto. Já os que não sabem ou não responderam somam 24,06%.
O candidato governista, Luis Fernando lidera no quesito rejeição dos eleitores de Presidente Dutra e sai na frente com 22,24%. Logo após surge Flávio Dino (12,85%), Arnaldo Melo (12,46%), Eliziane Gama (9,23%) e Waldir Maranhão (9,55%). Os que não sabem ou não responderam somam 33,67%.
Na disputa entre os dois candidatos, Flávio Dino apresenta 60,24% das intenções e Luís Fernando 12,24%. Enquanto os que não sabem ou não responderam somam 27,52%.
A pesquisa BMO Marketing verificou, também, o cenário entre os pré-candidatos ao Senado da República. Na disputa, a governadora Roseana Sarney (PMDB) tem 29,40%, acompanhada de perto pelo vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB) com 20,71%. Na sequência, vem o deputado Domingos Dutra (PT) com 12,03% e o Ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB) que chega a 6,01% das intenções de votos. Já os que não sabem ou não responderam somam 31,85%.
Já num embate entre o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB) e a governadora Roseana Sarney, a pesquisa aponta 33,63% para Roseana contra 31,18% de Roberto Rocha. Enquanto os que não sabem ou não responderam somam 35,19%.
Neste cenário, a governadora Roseana Sarney lidera também o índice de rejeição, ficando com 27,45% contra os 10,43% de Roberto Rocha, os 14,20% de Domingos Dutra e 12,62% de Gastão Vieira.
Numa disputa com Gastão Vieira, o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha obtém 42,31% contra 16,93% do Ministro de Turismo. E os que não sabem ou não responderam somam 40,76%.
A pesquisa foi feita pelo Instituto BMO Marketing, encomendada pelo “Jornal Regional” de Presidente Dutra, realizada entre os dias 23 e 24 de agosto. O município de Presidente Dutra tem 49 mil habitantes, 34 mil eleitores, sendo que 449 pessoas foram entrevistadas.( Do Blog doJ ohn Cutrim/JP)

Aécio e Campos miram PT em cinco frentes

 

 

Pontos acordados pelos dois presidenciáveis representam uma espécie de protocolo de não agressão nesse momento de pré-campanha, e miram o PT e a presidente Dilma Rousseff, cuja base o PSB de Campos integra
Folha de S. Paulo
Pacto pré-eleitoral de Aécio e Campos mira o PT em cinco frentes
Potenciais candidatos a presidente em 2014, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) selaram cinco “pactos” durante jantar anteontem na casa do governador de Pernambuco, no Recife.
Os pontos acordados pelos dois presidenciáveis representam uma espécie de protocolo de não agressão nesse momento de pré-campanha, e miram o PT e a presidente Dilma Rousseff, cuja base o PSB de Campos integra.
O primeiro ponto acertado é que PSDB e PSB, partidos que ambos presidem, votarão contra a minirreforma eleitoral em tramitação no Senado, que visa encurtar a campanha de 2014 e reduzir a propaganda política.
Campos e Aécio entendem que a proposta, elaborada pelo peemedebista Romero Jucá (PMDB-RR), tem como propósito impedir que candidatos pouco conhecidos sejam apresentados aos eleitores.
“Diminuir a campanha é golpe. É preciso tempo para que as pessoas possam conhecer os candidatos”, disse Campos durante entrevista ao “Programa do Ratinho”, levada ao ar na noite do jantar.
O segundo ponto do pacto selado pelos pré-candidatos é que eles vão procurar explicitar sintonia nas teses de defesa do Estado e da democracia”, segundo o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), presente ao encontro.
O terceiro ponto de acordo foi que ambos farão publicamente a defesa do equilíbrio fiscal por parte da União.
O quarto pacto é de compromisso com o contraditório e o amplo debate” de ideias. Trata-se de um recado direto a Dilma, a quem o governador de Pernambuco tem criticado por, segundo ele, ser pouco afeita ao diálogo.
Por fim, Campos e Aécio fizeram um balanço das sucessões nos Estados e enumeraram aqueles em que será possível unir PSDB e PSB e formar palanque duplo”.
Em risco, partido de Marina apelará ao TSE
Sob risco de não conseguir validar nos cartórios eleitorais as 492 mil assinaturas de apoio necessárias para sua criação, a Rede Sustentabilidade quer que a Justiça Eleitoral aprove seu registro mesmo que esse número não seja atingido até o prazo limite.
O partido de Marina Silva precisa receber a chancela do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 5 de outubro como forma de a ex-senadora poder concorrer por ele ao Palácio do Planalto.
Argumentando que a Justiça Eleitoral nos Estados está descumprindo os prazos e regras para reconhecer as assinaturas de apoio, a sigla já admite não conseguir atingir a marca a tempo.
“A eficácia da Constituição vai ficar condicionada a um ato burocrático de cartório? A burocracia inepta da primeira instância, do cartório, vai impedir a eficácia da Constituição? É isso que o TSE vai ter que decidir”, afirmou o advogado e ex-ministro do TSE Torquato Jardim, que assumiu há alguns dias o comando da estratégia jurídica da Rede.
Condenado no mensalão é acusado de desvio de verba
O Ministério Público apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) acusando o deputado federal Pedro Henry (PP-MT) –condenado no julgamento do mensalão a sete anos de prisão– de ter contratado uma empregada doméstica e pagado seu salário com recursos da Câmara.
De acordo com o então procurador-geral da República Roberto Gurgel, que apresentou a acusação formal pouco antes de deixar o cargo neste mês, Henry nomeou Maria José da Silva Santos como sua secretária parlamentar.
Segundo a Procuradoria, na verdade, ela trabalhava como empregada doméstica na casa dele em Brasília.
Ex-senadora quer sigla com ‘jeitinho’, diz dirigente do PT
O presidente do PT, Rui Falcão, alfinetou ontem a ex-senadora Marina Silva, que tenta fundar a Rede Sustentabilidade para disputar a Presidência da República em 2014.
Ele disse que o pedido da Rede para que as assinaturas de apoio à criação da legenda sejam validadas pelos cartórios eleitorais sem verificação é um tipo de “jeitinho”.
“Eu achei muito esquisito [o pedido da Rede]. Alguém que defende uma nova política partir para a busca do jeitinho é muito esquisito”, disse Falcão, após discursar no lançamento de um curso de pós-graduação em gestão pública promovido pelo PT.
Para Barbosa, Câmara criou impasse ao poupar Donadon
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disse ontem que a decisão do Câmara dos Deputados de manter o mandato de Natan Donadon (RO) cria um “impasse constitucional”.
“Lamento muito que estejamos hoje diante desse impasse constitucional absurdo. Mas o Congresso Nacional é soberano. Ele tomou sua decisão e terá que conviver, lidar com as consequências desse ato”, disse o ministro no Rio, onde recebeu um prêmio na Associação Comercial.
Primeiro deputado-presidiário pós-ditadura militar, Donadon foi condenado pelo STF a mais de 13 anos e deve ficar em regime fechado ao menos até setembro de 2015.
Deputado preso pedirá redução da pena
Após escapar da cassação na última quarta-feira, o deputado federal afastado Natan Donadon (ex-PMDB-RO) tentará também se livrar da cela individual que ocupa no complexo penitenciário da Papuda desde 28 de junho.
Um de seus defensores na área criminal, o advogado Nabor Bulhões prepara um processo de revisão criminal no Supremo Tribunal Federal com o objetivo de diminuir “substancialmente” a pena de Donadon, que foi condenado pelo STF a mais de 13 anos de prisão por desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia.
“Temos grandes chances de na revisão criminal diminuir a sua pena”, afirmou Bulhões, que diz não fazer ligação entre a estratégia jurídica e a política, que foi comandada por outro advogado.
STF abre inquérito sobre governador do DF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso acatou um pedido do Ministério Público e abriu inquérito sobre o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Ele é suspeito de ter cometido crimes contra a administração pública quando foi diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entre 2007 e 2010.
O pedido de abertura de inquérito teve como base os desdobramentos Operação Panaceia, da Polícia Civil de Minas Gerais.
Ela apurou indícios de envolvimento de assessores de Agnelo com um grupo farmacêutico acusado de fraudes, formação de cartel e sonegação fiscal.
Ministro do STF afirma que não vai declarar suspeição
O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli disse ontem que não vai declarar sua suspeição e deixar a relatoria dos processos envolvendo o Banco Mercantil do Brasil, instituição que lhe concedeu empréstimos pessoais de R$ 1,4 milhão.
“Não vou me declarar suspeito, não há elementos para isso. E as pessoas formem seu juízo após o julgamento [das ações]“, disse.
Em 2011, Toffoli obteve dois empréstimos no Mercantil, um para ser pago em 180 parcelas e outro em 204 prestações. Meses depois, ele renegociou os empréstimos e conseguiu reduzir os juros de 1,35% para 1% ao mês, o que lhe garantiu economia de R$ 636 mil no total a ser pago. As informações foram reveladas pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na quinta-feira.
Grupo faz protesto em frente à sede da TV Globo
Um protesto contra a Rede Globo e pela democratização da mídia, em São Paulo, reuniu na noite de ontem cerca de 150 militantes de movimentos sociais e adeptos da tática “black bloc”, segundo estimativa da Polícia Militar.
O grupo se concentrou em uma praça na avenida Luís Carlos Berrini e marchou rumo à sede da emissora, no Brooklin (zona sul).
Os “black blocs” esvaziaram dois sacos de esterco na calçada em frente a uma das portarias da Globo e atiraram contra a logomarca da emissora. A entrada também foi pichada, e algumas luminárias do jardim foram quebradas com varas de bambu arrancadas do canteiro central da avenida.
Funcionários do Metrô e da CPTM são alvo de investigação
A investigação aberta pelo governo de São Paulo para apurar crimes relacionados à formação de cartel em licitações de trens no Estado entre 1998 e 2008 já mira agentes públicos e ex-servidores do Metrô e da CPTM considerados suspeitos pela polícia e o pelo Ministério Público.
Nas últimas semanas, a corregedoria do governo paulista colheu depoimentos de José Luiz Lavorente, diretor de Operação e Manutenção da CPTM, do ex-presidente do Metrô Luiz Carlos Frayze David, e dos funcionários do Metrô Décio Tambelli e Nelson Scaglioni.
O Globo
Voto aberto está longe de consenso na Câmara
Apesar do constrangimento gerado pela preservação do mandato do deputado-presidiário Natan Donadon (ex-PMDB-RO), não há consenso na Câmara em torno da proposta de acabar com o voto secreto para cassação em qualquer circunstância. Há uma articulação, ainda em fase inicial, para endurecer as regras apenas para parlamentares que tenham condenação criminal em sentença transitada em julgado. Isso seria feito restringindo o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Voto Aberto, deixando de fora os acusados por quebra de decoro, ou aprovando apenas a chamada PEC dos Mensaleiros, que determina a perda automática do mandato para os parlamentares condenados.
Relator na comissão especial da Câmara da PEC 196/2012, que acaba com o voto secreto apenas para perda de mandato, Vanderlei Macris (PSDB-SP) pretende apresentar seu parecer no dia 24 de setembro, e a previsão é que o texto seja votado, no colegiado, no dia 1° de outubro. Não seria possível antecipar esse calendário, porque o regimento da Casa estabelece um prazo de dez sessões ordinárias para a apresentação de emendas ao texto.
Tratamento especial na Papuda
A surpreendente vitória no plenário da Câmara, na quarta- feira, garantiu ao deputado Natan Donadon (sem partido-RO) mais que um simples título. Como ainda é dono de um mandato parlamentar Donadon mantém o privilégio de permanecer numa cela individual no presídio da Papuda. A cela de Donadon seria uma das melhores do presídio. De onde ele se encontra, o deputado não vê e nem pode ser visto por outros detentos, uma vantagem e tanto no conturbado mundo dos presos.
Ele só está numa cela individual porque ainda é deputado. Quando não for mais parlamentar, vai ser mandado para uma cela coletiva, como os demais presos — disse um funcionário da Secretaria de Segurança.
A cela de Donadon é um cubículo de 2 x 3 metros, no fim de um corredor de uma das alas do PDF1, área que abriga aproximadamente 1.500 presos cumprindo penas por roubo, homicídio e tráfico, entre outros crimes. Donadon tem rotina parecida com a dos demais presos de bom comportamento. Recebe três refeições por dia ( café, almoço e jantar), tem direito a duas horas diárias de banho de sol e pode receber visitas do advogado e de familiares às quartas ou quintas, das 8 às 16 horas.
Na cela de Donadon há um colchão, uma TV e um chuveiro de água fria. O deputado usa o mesmo uniforme dos colegas de presídio: calça e camisa branca e chinelo.
Em dois meses, Donadon deixou de receber R$ 288 mil
Não é à toa que o deputado Natan Donadon tenta reaver, no Supremo Tribunal Federal (STF), o direito de receber o salário e benefícios do cargo. Só nestes dois meses em que os pagamentos foram sus- pensos, ele deixou de ter direito a R$ 288 mil, incluindo o subsídio parlamentar, a verba de exercício do mandato e o pagamento dos funcionários de seu gabinete.
Logo depois que o STF determinou a prisão de Donadon, a Câmara, para tentar minimizar a repercussão negativa, suspendeu o pagamento dos subsídios e benefícios do parlamentar. A decisão foi ratificada em ato da Mesa Diretora. De acordo com informações de assessores da diretoria geral da Câmara, nem Donadon nem  seus parentes têm direito mais à assistência médica da Casa. Mas essa informação não foi oficialmente confirmada.
Aécio e Campos acertam agenda conjunta para o Congresso
No primeiro de muitos encontros já programados, os presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves ( PSDB) acertaram anteontem  — num jantar com cantoria de música sertaneja na casa do governador pernambucano, em Recife — ações concretas dos dois partidos no Congresso. Na pauta do encontro, além da avaliação do quadro eleitoral nos estados, fecharam parceria para aprovar o fim do voto secreto, a PEC dos mensaleiros e barrar propostas de reforma política que restrinjam as candidaturas de oposição à presidente Dilma Rousseff.
Depois do jantar, que provocou reação irônica do governador Cid Gomes (CE), do PSB, Aécio e Eduardo intensificaram suas campanhas. O tucano seguiu para um périplo que incluiu Paraíba e Ceará, onde foi pedir a bênção de Padre Cícero. O pernambucano foi para Santa Catarina articular alianças.
Licitação sob suspeita
O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga suspeita de irregularidades em licitação para a compra de 187,5 mil cisternas de plástico a um custo de quase R$ 600 milhões — uma das maiores em curso no governo federal. De acordo com a suspeita do TCU, a concorrência pode ter favorecido uma multinacional que acaba de abrir fábrica em Petrolina (PE), cidade do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.
O pregão para a escolha das empresas que vão fornecer as cisternas em seis estados é conduzido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), empresa vinculada ao Ministério da Integração Nacional. No mês passado, uma medida cautelar do TCU mandou suspender o pregão e apontou o risco de “grave lesão ao Erário” se as empresas vencedoras fossem contratadas pela Codevasf.
Entre os participantes está o grupo mexicano Rotoplas, cuja razão social em território nacional é Dalka do Brasil (o nome fantasia é Acqualimp). A empresa já é a maior fornecedora do Água para Todos, programa-chave da gestão do ministro Bezerra e que pretende universalizar o acesso à água no semiárido.
Evo encontra Dilma e volta a cobrar retorno de Pinto Molina
O presidente da Bolívia, Evo Morales, reuniu-se ontem com a presidente Dilma Rousseff e voltou a cobrar que o senador boliviano Roger Pinto Molina, refugiado no Brasil, retorne a seu país para responder aos crimes de que é acusado. Evo Morales passou uma hora a portas fechadas com Dilma e, segundo relato do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, prometeu enviar ao governo brasileiro todos os processos judiciais e sentenças dadas a Molina, que fugiu da embaixada brasileira em La Paz para Brasília com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Saboia, desencadeando uma crise diplomática entre os dois países. Os processos serão encaminhados ao Ministério Público e ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão colegiado vinculado ao Ministério da Justiça que vai analisar o pedido de refúgio feito pelo boliviano.
Os dois presidentes se encontraram pouco antes da reunião de países membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Em entrevista a jornalistas na sede da cúpula da Unasul, em Paramaribo, no Suriname, Evo Morales voltou a afirmar que Pinto não é um perseguido político, e, sim, um “delinquente comum’ .
Advogado de senador negocia asilo em dois países
O advogado Fernando Tibúrcio Peña, que defende o senador boliviano Roger Pinto Molina, disse ontem que está negociando a possibilidade de obter asilo político para seu cliente em dois países sul-americanos que fazem fronteira com o Brasil, se o processo dele for politizado. Em entrevista à Agência Brasil, Tibúrcio lamentou “a politização do processo’ Segundo ele, politizar o caso influencia nas questões técnicas e jurídicas. O parlamentar boliviano continua em Brasília, mas se prepara para visitar a mulher e as filhas no Acre.
Tibúrcio disse que já conversou com os embaixadores de dois países sul-americanos sobre a possibilidade de asilo político para Pinto Molina. Para evitar prejuízos às negociações, o advogado mantém sigilo. Sabe-se, no entanto, que são países para os quais há voos diretos partindo do Brasil.
Governo ameaça punir prefeitura que demitir médico
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem, pelo Twitter, que as regras do Mais Médicos impedem que os municípios beneficiados troquem médicos já contratados por profissionais do programa do governo federal. Em nota, o ministério informou que a proibição consta no termo de adesão e compromisso e da portaria interministerial do programa. Ontem, a “Folha de S.Paulo” informou que em pelo menos onze cidades de quatro estados (Amazonas, Bahia, Ceará e Pernambuco), médicos estão sendo demitidos, para dar lugar aos profissionais do Mais Médicos.
Em Recife, o Secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, informou que serão desligados do programa todos os municípios que demitirem seus profissionais para substituir pelos enviados pelo governo federal:
— Seremos muito rigorosos. Vamos alertar sobre esse impedimento. Os que insistirem serão visitados pela coordenação estadual do programa. Se observada essa prática, os médicos serão remanejados, e os municípios, excluídos do programa — disse.
Barbosa: sem direitos políticos, condenado não exerce mandato
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disse que a decisão da Câmara de manter o mandato do deputado federal Natan Donadon ( sem partido-RO) criou um “impasse constitucional absurdo”: deixar com mandato alguém que perdeu os direitos políticos. Preso há dois meses no Complexo Penitenciário da Papuda, após ser condenado pela Corte a 13 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e peculato por desvios na Assembleia Legislativa de Rondônia, Donadon também foi condenado pelo Supremo à perda de direitos políticos. Para o ministro, agora cabe ao Congresso encontrar rapidamente solução para isso.
No Rio, onde recebeu o prêmio Presidente José de Alencar de Ética, da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Barbosa disse que a decisão da Câmara tem que ser respeitada, embora não se possa fugir das consequências que ela traz:
- Lamento muito que estejamos hoje diante desse impasse constitucional absurdo. Mas o Congresso é soberano, tomou a sua decisão. Ele terá que conviver e lidar com as consequências desse ato.
O Estado de S. Paulo
Barbosa cita salário de Cingapura para justificar aumento
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, contou ontem “uma história” na qual citou os salários milionários dos magistrados da Corte Suprema de Cingapura paratentarjustificar o pedido de aumento feito por ele anteontem ao Congresso.
Barbosa encaminhou uma proposta para que os salários dos ministros do Supremo cresçam dos atuais R$ 28.059 para R$ 30.658. O reajuste de cerca de 9% supera o índice pactuado e aprovado em lei no ano passado. Por essa lei, os magistrados teriam aumentos anuais de 5% – a inflação projetadapelo mercado para este ano não chega a 6%. O presidente do STF afirmou anteontem que o aumento proposto é necessário para se adequar “à realidade econômica do País”.
Tuite põe noiva de Alves em saia-justa
Noiva do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a jornalista e blogueira Laurita Arruda ajudou a espalhar nas redes sociais um boato sobre a saúde da presidente Dilma Rousseff. Ela replicou no microblog Twitter uma mensagem sobre um suposto cateterismo ao qual Dilma teria sido submetida na quinta-feira. Segundo o Palácio do Planalto, a presidente fez exames de rotina.
No fim da noite de quinta-feira, Laurita postou uma mensagem com o link para uma notícia sobre os exames de rotina de Dilma no hospital paulistano. Antes, havia escrito no Twitter: “Movimentação extra no Sírio-Libanês hoje??!”.
AGU descarta pedir suspeição de Toffoli
Advocacia-Geral da União não vê necessidade de afastamento do ministro do STF de relatoria em ações do banco para o qual ele deve dinheiro
A Advocacia-Geral da União descarta pedir suspeição do ministro do Supremo José Antonio Dias Toffoli nos processos movidos pelo Banco Mercantil do Brasil contra o governo. O órgão alega não ver, “até o momento”, “elementos que justifiquem” o afastamento do ministro da relatoria dos casos.
De 2007 a 2009, até ser indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo, Toffoli comandou a AGU, que representa o governo em açõesjudiciais. O atual chefe do órgão, Luís Inácio Adams, sucedeu ao ministro no cargo.
Não há violação ética, diz presidente de entidade de juízes
O presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Henrique Nelson Calandra, disse que não há violação ética por parte do ministro do STF, José Dias Toffoli. O magistrado julga uma ação do Banco Mercantil do Brasil, do qual contraiu dois empréstimos a juros abaixo do mercado.
“Toffoli tem um empréstimo imobiliário, como a maioria dos brasileiros tem crédito imobiliário. Esse crédito imobiliário está declarado. Não há nenhuma violação ética por parte do ministro”, afirmou Calandra. Segundo ele, não há necessidade de o ministro deixar a análise da causa.
‘O PT homenageia Dirceu, e o PSDB desrespeita Serra’
Vice-presidente nacional do PSDB, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman decidiu dar voz ao descontentamento de parte do partido com o tratamento dado ao ex-governador José Serra. “O (ex-ministro da Casa Civil) José Dirceu e o Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT) foram homenageados na festa de 30 anos da CUT. São quadros condenados e que, apesar disso, são respeitados pelo papel que tiveram. O PSDB não faz isso”, afirmou em entrevista ao Estado.
Desde que começou a se movimentar por uma vaga na corrida ao Planalto em 2014, Serra vem enfrentando um processo inédito de isolamento dentro do partido. Conhecido por expor de forma contundente suas posições, Goldman criou até um blog onde se coloca como uma espécie de ombudsman do governo – e também do PSDB.
FHC defende união entre Aécio, Campos e Marina
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem uma “confluência” de forças entre o senador tucano Aécio Neves (MG), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB),e a ex-senadora Marina Silva, que tenta lançar um partido, a Rede Sustentabilidade, a tempo de concorrer ao Planalto em 2014. FHC acredita que o PSDB e demais adversários da presidente Dilma Rousseff em 2014 devem buscar uma “mensagem clara, que mostre como sair desse momento em que estamos”.
“Um dos problemas que o Brasil tem neste momento é que o governo do PT é um governo muito divisivo, puxa só para um lado e acusa o outro de não servir para nada. Isso tem que mudar. É muito importante que haja esforços de confluência”, disse Fernando Henrique, em entrevista ao Broadcast Político.
Ao comentar o encontro de quinta-feira entre Aécio e Campos, FHC afirmou ser importante que Marina participe das conversas. “Ela é uma força moral importante e acho que seria muito bom que ela também entendesse o papel dela, que não é só de transmitir uma mensagem íntegra. É também de construir um caminho.Vejo com muita alegria a possibilidade de junção.”
Governador de Pernambuco se alia à família Bornhausen
O governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência em 2014, Eduardo Campos, prestigiou ontem a posse do secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, Paulo Bornhausen, no comando do diretório catarinense do PSB. Presidente nacional do partido, Campos filiou o filho do ex-senador Jorge Bornhausen – que comandou o antigo PFL (hoje DEM) – para reforçar seu projeto presidencial no Estado do sul do País.
Paulo Bornhausen trocou o PSD pelo PSB após o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), declarar apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff . Campos, porém, garantiu ao governador que o PSB apoiará a sua candidatura à reeleição. “Eles são amigos de longa data. No almoço dehojeo governador Eduardo Campos afirmou que respeita a decisão de Colombo, e que mesmo assim apoiará seu novo mandato”, disse Paulo Bornhausen, que permanecerá no governo catarinense.
Correio Braziliense
Fim do voto secreto só se for na marra
Os discursos favoráveis de líderes partidários da Câmara e de parlamentares de diversas legendas pelo fim do voto secreto para os casos de cassação de mandatos não afastam a necessidade de uma negociação cuidadosa para que a matéria seja aprovada. Mesmo após a fatídica noite na qual o plenário manteve o mandato de Natan Donadon (sem partido-RO), apesar de estar preso por formação de quadrilha e peculato, lideranças políticas lembram que são necessários dois terços dos votos em plenário para acabar com o sigilo nas decisões. “A votação do Donadon mostrou que não somos nós que temos o quórum qualificado (maioria na Casa). São eles (os que defendem a manutenção das coisas como estão)”, afirmou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).
Dilma e Evo amenizam crise
A 7ª Cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) acabou se transformando em pano de fundo para o encontro de desagravo da presidente Dilma Rousseff com o presidente da Bolívia, Evo Morales, depois do incidente diplomático motivado pela fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. Antes de se encontrar com Dilma, Evo já tinha dado declarações amenizando a crise e acusando “grupos” de tentarem colocá-lo contra a chefe de Estado brasileira.
Liminar altera Mais Médicos
Decisão tomada ontem pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) altera um dos critérios do Programa Mais Médicos e libera a participação de pessoas residentes no país diplomadas em nações onde a proporção desses profissionais por mil habitantes é inferior a do Brasil. O edital de convocação estabelece que o participante deve “ser habilitado para o exercício da medicina em país que apresente relação estatística médico/habitante igual ou superior a 1,8/1.000”. A limitação excluía profissionais formados na Bolívia, Paraguai e Colômbia, por exemplo. Um dos motivos para a decisão, segundo o desembargador, Antônio de Souza Prudente, é o alto número de mandados de segurança ajuizados por candidatos formados nesses países requerendo a inscrição. À decisão cabe recurso.( Com informaçoes do Congresso Em Foco )

As conspirações de José Serra


“Serra não se constrange em liderar uma espécie de guerrilha entre tucanos, conspira contra a própria legenda e parece não se importar caso sua teimosia leve a uma implosão do PSDB”, afirma Istoé

Isto é


As derrotas nas eleições presidenciais de 2002 e 2010 e na disputa pela Prefeitura de São Paulo no ano passado não reduziram o insaciável apetite político de José Serra. Os movimentos feitos por ele nas últimas semanas mostram que o ex-governador tucano não engole a possibilidade de o PSDB ter um candidato à Presidência da República que não seja ele mesmo. Para realizar seu desejo, Serra não se constrange em liderar uma espécie de guerrilha entre tucanos, conspira contra a própria legenda e parece não se importar caso sua teimosia leve a uma implosão do PSDB.
Sem o apoio dos principais líderes do partido, visto com antipatia pelos militantes e ainda forçado a permanecer na legenda pelos poucos correligionários que o cercam, o ex-governador paulista tenta agora boicotar a estratégia que o partido, sob a liderança do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, traçou para a candidatura do senador mineiro Aécio Neves. Um projeto tucano que estava em pauta desde 2010, mas que na ocasião foi contido exatamente para atender à ambição do ex-governador e evitar um racha.
Há duas semanas, Serra começou a fazer contatos com diversos deputados e vereadores do partido em São Paulo, onde ainda mantém alguma influência. Iniciou as conversas deixando claro que poderia abandonar o PSDB e disputar a Presidência da República pelo PPS – uma hipótese que aterroriza os tucanos de São Paulo, pois visualizam nela a possibilidade de divisão do partido no Estado, com consequências diretas na sucessão estadual. Em seguida, Serra sugeriu a alguns parlamentares que não participassem das reuniões agendadas por Aécio no interior do Estado. Desde maio, quando assumiu a presidência nacional do PSDB, Aécio vem trabalhando uma agenda que contempla uma série de viagens pelo País, com o propósito de unificar o partido e buscar a construção de palanques regionais para a sua candidatura. “Vamos discutir com Aécio a ativação das redes sociais e um calendário de encontros regionais. Isso está previsto no planejamento estratégico do PSDB”, teria respondido o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Samuel Moreira.
A conspiração de Serra aparentemente não deu resultado. Aécio passou parte da semana passada em São Paulo mantendo diversos contatos políticos. Na noite da sexta-feira 23, por exemplo, o mineiro se reuniu com lideranças políticas de Ribeirão Preto e tinha confirmada a participação na Festa do Peão de Barretos, o maior rodeio do Brasil, no sábado 24. “O candidato do PSDB é o senador Aécio Neves (MG). Isso já está definido. Serra teve todas as chances possíveis e a fila andou. Agora ele precisa deixar de fazer espuma, pois o nosso problema é ganhar a opinião pública, o que não está fácil”, diz o deputado pernambucano Sérgio Guerra, ex-presidente nacional do partido e presidente do Instituto Teotônio Vilela. “Estamos trabalhando muito para desenhar uma proposta ao País e não podemos perder tempo com essas rusgas”, completou.
As pegadas recentes do cartel
Diante das contundentes provas de que as empresas da área de transporte sobre trilhos desviaram quase meio bilhão de reais no esquema do Metrô, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) correm contra o tempo para apurar se as irregularidades persistem nos contratos ainda em vigor. O objetivo é encerrar o quanto antes a sangria aos cofres públicos. Na última semana, o TCE anunciou que fará um pente-fino sobre acordos celebrados recentemente entre as companhias integrantes do cartel e o governo paulista. Para integrantes do MP e do TCE, há fortes indícios de que as fraudes ocorreram em contratos em curso, assinados pelo ex-governador José Serra (2007-2010) e pelo atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Entre eles estão os acordos para a reforma de trens das Linhas 1 (Azul) e 3 (Vermelha) do Metrô paulista, celebrados em 2008 e 2009. Com duração de cinco anos e meio e valores que somados superaram R$ 1,7 bilhão, os serviços foram divididos entre consórcios formados pelas empresas participantes do cartel. Até a denunciante do esquema, a Siemens, faz parte do projeto. Também integram o consórcio as empresas Alstom, Iesa, Bombardier, Tejofran, Temoinsa, TTrans e MPE, contratadas para reformar 98 trens.
A conta secreta do propinoduto
Na edição da semana passada, ISTOÉ revelou quem eram as autoridades e os servidores públicos que participaram do esquema de cartel do Metrô em São Paulo, distribuíram a propina e desviaram recursos para campanhas tucanas, como operavam e quais eram suas relações com os políticos do PSDB paulista.
Agora, com base numa pilha de documentos que o Ministério da Justiça recebeu das autoridades suíças com informações financeiras e quebras de sigilo bancário, já é possível saber detalhes do que os investigadores avaliam ser uma das principais contas usadas para abastecer o propinoduto tucano. De acordo com a documentação obtida com exclusividade por ISTOÉ, a até agora desconhecida “conta Marília”, aberta no Multi Commercial Bank, hoje Leumi Private Bank AG, sob o número 18.626, movimentou apenas entre 1998 e 2002 mais de 20 milhões de euros, o equivalente a R$ 64 milhões. O dinheiro é originário de um complexo circuito financeiro que envolve offshores, gestores de investimento e lobistas.
Uma análise preliminar da movimentação da “conta Marília” indica que Alstom e Siemens partilharam do mesmo esquema de suborno para conseguir contratos bilionários com sucessivos governos tucanos em São Paulo. Segundo fontes do Ministério Público, entre os beneficiários do dinheiro da conta secreta está Robson Marinho, o conselheiro do Tribunal de Contas que foi homem da estrita confiança e coordenador de campanha do ex-governador tucano Mário Covas. Da “Marília” também saíram recursos para contas das empresas de Arthur Teixeira e José Geraldo Villas Boas, lobistas que serviam de intermediários para a propina paga aos tucanos pelas multinacionais francesa e alemã.
A escapada pelos andes
La Paz, sexta-feira 23 de agosto, 15h. O sol a pino e a baixa umidade reforçam a sensação térmica da primavera boliviana e embalam a tradicional sesta local. No horário em que boa parte dos moradores está cochilando, as ruas livres do tráfego servem como corredor de fuga a dois veículos 4×4 Nissan Patrol, com placas diplomáticas. A bordo de um deles, o senador boliviano Roger Pinto Molina confere o relógio e olha para o alto com um leve sorriso de satisfação. “Foi a primeira vez que pude ver o sol claramente. E de uma perspectiva diferente”, lembra, em referência aos 454 dias que passou asilado numa pequena sala da embaixada do Brasil. Durante esse tempo, Molina jamais teve direito a um salvo-conduto, documento legal que poderia ter sido fornecido pelo governo boliviano para garantir sua saída com tranquilidade em direção ao país no qual decidiu se refugiar. Planejada ao longo de três meses, com o conhecimento de algumas autoridades do governo brasileiro e uma mal disfarçada tolerância do governo do presidente Evo Morales, que enviou vários sinais a Brasília de que não faria oposição à saída de Molina, desde que não pudesse ser acusado de proteger um inimigo com 22 processos no currículo, a “operación libertad” foi cercada de uma série de preparativos, inclusive medidas de proteção pessoal e monitoramento de riscos. No momento em que se preparava para entrar no automóvel, Molina contou com o auxílio de um fuzileiro naval, adido militar na embaixada, para vestir o colete à prova de balas.
Três dias antes de partir, Roger Molina falou do plano de fuga à sua filha Denise Pinto Bardales, carinhosamente chamada pelo pai de “Talita”, sugerindo que ela fosse para Brasileia, no Acre, onde a mãe, Blanca, vive há um ano com as outras duas filhas do senador, um genro e quatro netos menores de idade. Num gesto revelador das relações próximas entre autoridades dos dois países, a família Molina foi abrigada no Brasil pelo governador Tião Viana (PT/AC), seu amigo. Além de Talita, sabiam da “operación libertad” o embaixador Marcelo Biato, o conselheiro Manuel Montenegro e o encarregado de negócios da embaixada Eduardo Saboia, que assumiu a responsabilidade pela fase final da operação, que era retirar Molina da Bolívia e levá-lo, são e salvo, para o Brasil.
Há pelo menos um mês, a operação chegou aos ouvidos de políticos, advogados e empresários que partilham informações e interesses nas relações entre Brasil e Bolívia. Um plano alternativo chegou a ser elaborado, na verdade, envolvendo uma operação triangular. Numa primeira etapa, Molina seria levado de avião para o Peru. Depois, seria conduzido ao Brasil. Ao verificar que o envolvimento de um país que nada tinha a ver o caso poderia ampliar as complicações de um plano já complicado, decidiu-se pela viagem de automóvel entre La Paz e Corumbá.
Escondidos na neblina Na segunda-feira 19, num gesto que seus superiores no Itamaraty interpretariam como bisonha tentativa de despistar sua participação na operação, o embaixador Biato saiu de férias e coube a Saboia organizar todos os detalhes finais e fazer a viagem. Na quinta-feira 22, dia anterior à fuga, Molina recebeu a visita de um médico do Senado boliviano, que produziu um laudo atestando que ele enfrentava problemas de saúde, inclusive depressão. Substituindo Biato em sua ausência, naquele mesmo dia, Eduardo Saboia enviou uma cópia do laudo para o Itamaraty e, no mesmo despacho, observou que a situação pedia uma intervenção sem demora em auxílio do senador, afirmação vista como uma senha para o início da “operación libertad.”
Ao deixar, na sexta-feira 23, a garagem do edifício Multicentro, complexo empresarial onde funciona a sede diplomática brasileira, o comboio seguiu em velocidade pela avenida Arce rumo à autopista El Alto, na saída da capital boliviana. A orientação era fazer meia-volta e retornar à embaixada ao menor sinal de que autoridades bolivianas pretendessem criar embaraços ao comboio.
Lembrando que chegou a passar mal no trajeto, Molina conta: “Se eu fosse para um hospital, corria o risco de ser preso. Então decidimos seguir”. Depois de seis horas de estrada, o grupo chegou a Cochabamba, na região do Chapare, uma das principais bases eleitorais do presidente Evo Morales. Ali, milhares de famílias de agricultores plantam a folha da coca, tradicional ingrediente da cultura boliviana, que em grande parte é desviada para servir ao narcotráfico. Em Cochabamba, a avenida Blanco Galindo corta a cidade. O comboio levou três horas para atravessar a região, sob neblina espessa. A tensão não deixava ninguém cochilar. “Se fossemos detidos ali, seria a morte ou algo parecido”, afirma o senador. Em mais de um contato com o governo brasileiro, quando enviou uma emissária em audiência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o governo de Evo Morales já havia deixado claro que gostaria de ver Roger Molina fora do País, desde que jamais pudesse ser acusado por seus próprios eleitores de proteger um político acusado de corrupção pela Justiça. “É loucura!”, reagiu Dilma ao ser consultada sobre a operação, deixando claro que o Brasil não poderia aceitar uma proposta que não tinha garantia contra riscos, inclusive possíveis ameaças à vida de Molina. Convencida de que o governo brasileiro fizera sua parte, ao garantir asilo para o senador boliviano, Dilma esperava que, incomodado com o desgaste que Molina causava a Morales, este tomasse a única medida cabível, que era dar o salvo-conduto.
Fugitivos de fraldas Pano de fundo daquela viagem dramática, as relações entre Dilma e Evo Morales atingiram um momento especial quando ambos se encontraram durante uma viagem à África. Evo pediu uma “bilateral” à presidenta brasileira e aproveitou o encontro para denunciar que o senador estava tendo um comportamento inapropriado, chegando a fazer reuniões políticas. Em seguida, Dilma determinou ao chanceler Antonio Patriota que verificasse as queixas de Morales, pedindo ao ministro que se encarregasse pessoalmente de resolver o caso com as autoridades bolivianas. Quan­­­­do Patriota lhe disse que pretendia escolher um responsável para tocar a missão, Dilma reagiu de forma dura, conforme relatou um assessor palaciano: “Você deve cuidar de tudo pessoalmente”.
Terrorismo inglês
Não tinha mais do que sete metros quadrados a sala branca e sem janelas em que o estudante carioca David Miranda ficou confinado nas quase nove horas em que permaneceu detido no Aeroporto de Heathrow, em Londres, no domingo 18. Em escala na capital britânica, Miranda voava de Berlim com destino ao Rio de Janeiro. Logo no desembarque, foi abordado por policiais. “Me levaram para essa sala onde não pude falar com ninguém”, disse à ISTOÉ (leia entrevista). O contato com um advogado só aconteceu oito horas depois. Àquela altura, seu companheiro, o jornalista americano Glenn Greenwald, com quem é casado há nove anos, já havia mobilizado o governo brasileiro por sua liberdade. Mais do que um repórter radicado no Brasil, Greenwald está por trás da série de artigos publicada, desde junho, pelo jornal britânico “The Guardian” e que revelou o amplo esquema de espionagem de cidadãos promovido pela Agência de Segurança dos Estados Unidos. Incapazes de calar Greenwald, os britânicos foram atrás de um alvo fácil com o lamentável propósito de intimar.
Para sair do isolamento
Conhecido por sua capacidade de dialogar com trabalhadores em portas de fábrica e cidadãos do País inteiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também tem dedicado seu reconhecido talento para o diálogo para auxiliar a presidenta Dilma Rousseff em conversas com empresários. Apenas na semana passada, Lula manteve quatro encontros com donos de empresas de porte. Ouviu críticas à falta de um bom canal de comunicação com o Planalto e os ministros. Também escutou queixas de setores específicos da economia, que se mostram inconformados por levarem sugestões e propostas concretas para Brasília e aguardarem meses para obter uma resposta que demora demais para chegar – e muitas vezes nunca chega. Conforme relato de dois empresários que participaram de dois encontros diferentes, Lula faz o possível para ouvir e repassar reclamações que possam ser úteis para o governo.
O nobre colega presidiário
Com bottom de parlamentar, terno bem alinhado e algemas, o deputado Natan Donadon deixou a Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira 28 do mesmo modo que entrou: como um inusitado detento com mandato parlamentar. Durante a votação do pedido de sua cassação, muitos colegas não se preocuparam com sua ficha corrida, que inclui a condenação pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia, de 1995 a 1998, quando era diretor financeiro da instituição. O rosto abatido e as lamentações da vida de presidiário que rechearam o discurso de Donadon comoveram parte do plenário, naquela altura já contaminado pelo espírito de corpo.
O conforto covarde do sigilo do voto serviu como mais um estímulo para que centenas de colegas se sentissem ainda mais à vontade para salvar o mandato do parlamentar, que cumpre pena na Penitenciária da Papuda, Distrito Federal, há dois meses. No total, foram 233 votos pela cassação, 24 a menos do que o exigido, 131 pela absolvição e 41 abstenções, sendo o PT o partido que mais contribuiu com as ausências, (21 no total). O resultado, além de representar uma afronta à sociedade, no rastro das manifestações populares, sugere a intenção de se preservar os mandatos de condenados no processo do mensalão.
Época
Roger Pinto Molina: “Quero levar minha vida no Brasil”
O senador boliviano Roger Pinto Molina, de 53 anos, líder da oposição ao governo Evo Morales, repete insistentemente sua gratidão à presidente Dilma Rousseff pelo asilo que recebeu na embaixada brasileira em La Paz. O discurso de Molina contrasta com a recepção que o governo lhe reservou nesta semana, quando chegou a questionar sua permanência no Brasil. Molina foi o personagem central da crise política que redundou na demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. “Já agradeci à presidente Dilma Rousseff pelo ato generoso de me conceder asilo”, afirmou em entrevista a ÉPOCA.
ÉPOCA – O senhor se considera um perseguido político?
Roger Pinto Molina – Sim, mas não sou o único na Bolívia. Sou o líder da minha região (Estado de Pando) e líder da oposição no Senado. O modelo de poder de Evo Morales é de tomada de controle total do Senado. Foi aí que começou nosso confronto político. Os ex-presidentes, ex-governadores, ex-prefeitos, quem teve algum tipo de liderança é hoje processado judicialmente. Os processos atingem, sobretudo, quem tem viabilidade eleitoral. Não sou exceção. Mas só busquei asilo porque sofri ameaças de morte.
ÉPOCA – Como as perseguições começaram?
Molina – A primeira fase das perseguições começou com as mortes no departamento (Estado) de Pando, em setembro de 2008. Quando apresentei a documentação sobre o assunto, o presidente ordenou minha prisão e abriu oito processos por desacato. Isso só aconteceu porque denunciei atos de corrupção. Disse publicamente no Senado que o narcotráfico infiltrou-se no governo. Apresentei provas disso. Pedi que investigassem o ministro (da Presidência, Juan Ramón) Quintana e o vice-presidente da República. O presidente deveria levar adiante uma investigação. Mas isso não aconteceu. Fiz uma série de denúncias contra outros ministros. Denunciei o ministro da Fazenda pelo seu envolvimento com os bicheiros. Era senador e tinha direito de denunciá-los. O governo Evo, no entanto, acreditava que eu só poderia fazer denúncias em casa, para minha família, e não na imprensa. Minhas denúncias geraram um rosário de calúnias. Tive acesso a uma documentação que mostra que o ministro Quintana foi à casa de um narcotraficante para receber recursos para sua campanha. Todas as ameaças de morte tiveram origem no governo.
ÉPOCA – De que tipo? O senhor foi alvo de algum atentado?
Molina – Não. Muitas das ameaças que sofri foram gravadas. Estão documentadas. Há gravações em que dizem até a arma com que me assassinariam. Em 2009, antes de eu fazer minhas denúncias, descobriu-se uma tentativa de assassinato. Quintana ofereceu U$ 20 mil a um assassino de aluguel para me matar com arma que lhe fora entregue por ele mesmo. Denunciei e o governo não fez nada. Logo depois, descobriram um assassino do PCC (Primeiro Comando da Capital), ligado ao ministro Quintana, que pretendia me eliminar no portão de casa. Isso tudo está registrado no jornal Sol de Pando. Uma vez, resgataram um cidadão que fora sequestrado. No cativeiro em que foi mantido, encontraram a planta da minha casa, documentos, fotos de meu carro. Os sequestradores foram presos. No interrogatório, afirmaram que eu estava na lista deles. E era gente que tinha relação com o governo.
ÉPOCA – Quando começou seu confronto com o governo boliviano?
Molina – Minha diferença com o governo Evo Morales vem de muito tempo. Estou convencido de que a coca é a matéria-prima do narcotráfico. Por isso, defendo a erradicação da coca. Um compromisso estabelecido em lei prevê que uma área de 12 mil hectares seria mantida para preservar a produção de coca necessária para o consumo tradicional. Mas a área plantada chegava a quase 40 mil hectares. Todo excedente é destinado ao narcotráfico. Ora, os cocaleiros constituem a base social e política do presidente, que preside as seis federações de trabalhadores do setor. Então, sua base era fornecedora do narcotráfico. Ele sempre foi tolerante com os produtores de coca. Sempre dissemos que, em algum momento, o tênue limite entre a produção de folhas de coca e de matéria-prima para o narcotráfico seria ultrapassada. Foi o que aconteceu. Nós temos informação de que o setor cocaleiro financiou as campanhas do presidente Evo Morales. Denunciei isso e criaram-se situações de confronto. Em determinado momento, chegamos a descobrir uma série de documentos que estabelecia uma relação de funcionários do governo com o narcotráfico.
ÉPOCA – O governo Morales diz que o senhor não é um perseguido político, mas um criminoso condenado. O que tem a dizer sobre isso?
Molina – Há 22 processos de todos os tipos contra mim. Só um foi julgado, de corrupção. Quando governei (o Estado de) Pando, criei uma universidade e atraí investimentos privados para ela. Ora, corrupção é quando você tira dinheiro do Estado. O que fizemos foi dar dinheiro ao Estado. Existe uma Zona Franca em Pando, onde os empresários pagavam uma alíquota de 1% para se instalar. O que fizemos foi propor a eles que pagassem 1,5%. O 0,5% a mais seria destinado à universidade. Os empresários aceitaram. Mas sob a visão do governo, isso é corrupção. Dos oito que assinaram a resolução para criar a universidade, só eu fui sentenciado, e à revelia, sem defesa, a um ano de prisão. Esse é o único processo julgado.
ÉPOCA – Por que o senhor pediu asilo à embaixada brasileira, e não a outra representação diplomática?
Molina – Há uma relação mais direta do Brasil com a Bolívia. O Brasil tem uma longa tradição de respeito à vida, aos direitos humanos, aos direitos dos asilados.
ÉPOCA – O senhor negociou com os diplomatas brasileiros seu asilo na embaixada em La Paz antes de pedir refúgio?
Molina – Não, nem houve nenhuma possibilidade de isso acontecer. Foi decisão tomada diante de uma emergência. Eu temia ser assassinado a qualquer momento. Procurei a embaixada do Brasil sem nenhum diálogo prévio e fui recebido por um homem de princípios, o embaixador Marcel Biato. Ele assumiu meu caso de maneira profissional. Levando em conta que precisava informar seu país, solicitou a documentação dos processos judiciais a que respondo. Depois de analisar os documentos, me concedeu o refúgio, sob o crivo da presidente (Dilma Rousseff). Por um descumprimento dos tratados e das leis internacionais, a Bolívia nunca me outorgou salvo-conduto para deixar o país. E isso é o que se deve a qualquer cidadão que obtém asilo diplomático.
ÉPOCA – O senhor pretende ficar no Brasil ou cogita pedir asilo definitivo a outras nações?
Molina – Quero regularizar minha situação no Brasil e levar minha vida aqui da maneira mais normal possível. Quando entrei na embaixada brasileira, pessoas próximas ao governo boliviano tentaram queimar minha casa e sequestrar minha família. Eles tiveram de abandonar a Bolívia. Saíram em busca de refúgio com o que tinham à mão. Hoje, vivem aqui. Já agradeci à presidente Dilma Rousseff pelo ato generoso de me conceder asilo e me dar as garantias necessárias para dar início à próxima etapa da minha vida. O que espero, agora, é superar esta etapa. Espero não ter nunca a necessidade de buscar outra alternativa.
As faculdades brasileiras estão na UTI
Durante dois anos e meio, a mineira Izabela Carvalhal, de 22 anos, frequentou um cursinho pré-vestibular para garantir uma vaga no curso de medicina da Universidade Gama Filho, então uma das mais conceituadas instituições privadas de ensino no Rio de Janeiro. Aprovada no vestibular de julho de 2011, Izabela fez as malas e desembarcou no campus do bairro de Piedade, onde a Gama Filho forma médicos desde 1965. Na manhã da última quinta-feira, Izabela assistia a uma aula de cardiologia de forma improvisada, no pátio da universidade. A derrocada do sonho de Izabela começou no final de 2011, quando o grupo Galileo Educacional assumiu a administração da Gama Filho. Com a promessa de reerguer uma universidade endividada, os novos gestores demitiram 600 funcionários e aumentaram o valor das mensalidades – a de medicina subiu de R$ 2.700 para R$ 3.500 mensais.
O efeito das medidas foi desastroso. Cresceram a inadimplência e a evasão de alunos.  Professores e funcionários entraram em greve por atraso nos salários. No início de agosto, os alunos encontraram um aviso no portão: a Gama Filho estava fechada e as provas adiadas. O Ministério da Educação suspendeu os vestibulares. Desde então, 30 estudantes ocupam a sala da reitoria. Izabela não sabe se conseguirá o diploma. Nem ela nem nenhum dos cerca de 2.100 alunos do curso.
Por 40 anos, os alunos da Gama Filho tiveram aulas práticas na Santa Casa do Rio de Janeiro, hospital com mais de 500 leitos. No final de 2011, a direção da universidade demitiu 140 professores que também eram médicos do hospital. Seria o fim do ensino prático, se 40 professores não tivessem decidido trabalhar de graça para socorrer os alunos. A Gama Filho ofereceu como alternativa um pequeno hospital de 40 leitos, na Barra da Tijuca. Havia mais alunos de medicina que pacientes, e o projeto foi abandonado. Hoje, os alunos têm aulas práticas no hospital municipal de Piedade.
“Nessa crise, por dó, a prefeitura ainda deixa os alunos estudar no hospital”, diz a estudante Fernanda Lopes Moreira. Até 2010, antes da crise, o curso de medicina da Gama Filho tinha nota 3, numa escala que vai de 1 a 5, no Conceito Preliminar de Curso (CPC) do Ministério da Educação. Chegou a ser um dos mais concorridos entre as faculdades privadas do Rio. Se fosse realizada uma nova avaliação neste ano, o conceito da Gama Filho certamente despencaria. A direção da faculdade diz que resolverá os problemas de caixa até setembro, quando pretende retomar as aulas.
O caso da Gama Filho é um exemplo extremo e dramático dos problemas sérios que envolvem a formação dos médicos no Brasil. Nas últimas semanas, o país debate a chegada de profissionais estrangeiros, a maioria cubanos, para trabalhar em locais distantes, onde não há profissionais. A solução, já adotada pelo Brasil no passado e por países como o Canadá, pode resolver um problema emergencial de falta de profissionais. Mas escamoteia um problema maior, estrutural, que se reflete na saúde pública nacional: a qualidade da formação dos médicos.

O dólar furado

 

 


Luiz Tito





As análises encaminhadas sobre a recente alta do dólar em relação ao real, nas últimas semanas, mais uma vez demonstraram a fragilidade da economia brasileira, diante da evidente falta de unidade das ações do governo Dilma na linha do crescimento do PIB, do controle da inflação, da competitividade da indústria brasileira e da geração de reservas cambiais.
Nos últimos anos, o Brasil amargou a realidade de efetuar exportações apenas de suas commodities mais clássicas, com destaque para o minério de ferro, o açúcar, o frango e a soja. Não conseguimos implementar, exceto com pequenas exceções, a exportação de produtos manufaturados de valor agregado significativo. E a equação favorável de nossa balança apenas foi possível graças ao desempenho da agricultura e da pecuária, setor responsável pelo superávit contabilizado pela nossa balança comercial.
Poderia ser melhor, não fossem as consistentes amarras atuantes em todo país que submetem qualquer atividade econômica aos seguidos equívocos das relações com os setores ditos defensores do meio ambiente, que fortalecem um acervo de dificuldades e obstáculos, gerados, em paralelo, pela postura fiscalista do Estado, pelo atraso da burocracia e pela instabilidade jurídica.
Em qualquer estágio da administração pública brasileira – federal, estadual e municipal –, meras portarias e instruções normativas têm valor de lei, e basta a vontade de um burocrata para colocá-la na praça. O Estado brasileiro não tem compromisso com a realidade da produção, não tem contas nem aluguel a pagar. Não paga impostos, não investe na engenharia e no aperfeiçoamento de seus produtos, no treinamento e na remuneração de mão-de-obra. O Estado cobra, indiscriminadamente, para gerar e sustentar reservas que acumula mal, mas desperdiça bem. Nisso o Brasil é craque, quase imbatível.
ERRO ARGENTINO
Na Argentina da paridade entre o dólar e o peso, nos idos da década de 90, houve um momento em que os produtos importados, exceto o trigo, eram mais atrativos do que a sua produção interna. Abriu-se a importação para tudo, com ênfase do supérfluo, automóveis inclusive, e a indústria metalúrgica, a indústria têxtil e de equipamentos elétricos faliu. As lojas vendiam badulaques coreanos, roupas chinesas e italianas, cópias mil, carros franceses, alemães e japoneses. O peso não remunerava os salários e os produtos produzidos internamente, mas o câmbio do dólar facilitava o acesso aos importados de outras economias, de países mais inteligentes e mais responsáveis com seus gastos públicos.
Em economia, ao que dizem os que entendem, é fundamental a construção articulada das ações de governo. A alta do dólar aos patamares atuais pode ser positiva, para uma economia que não tem mais espaço para o ativismo fiscal, para as manobras dos índices oficiais, para a importação sem metas e para o festival da burocracia. Em todo mundo, as dificuldades sempre geraram mais responsabilidade e criatividade. Aproveitemos esse momento, com os pés no chão. (transcrito de O Tempo)

Rejeição da cassação de Donadon é ‘incongruência constitucional’, diz Barbosa

 

 


Akemi Nitahara
Agência Brasil





O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, disse hoje (30) que lamenta a “incongruência constitucional” gerada pela decisão da Câmara dos Deputados de rejeitar a cassação do deputado Natan Donadon (sem partido-RO). Ele foi condenado pelo STF a 13 anos de reclusão por peculato e formação de quadrilha e está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.
“Quando julgamos, no ano passado e neste ano, decidimos pela perda do mandato. Eu disse, muito claramente, que seria uma incongruência constitucional muito grande manter no Congresso Nacional um parlamentar condenado criminalmente ou eventualmente um parlamentar a cumprir pena”, ressaltou Barbosa.
“Eu chamei a atenção para a improvável e impossível conciliação do mandato com essa condição [de presidiário]. Lamento muito que estejamos hoje diante desse impasse constitucional absurdo, mas o Congresso Nacional é soberano, ele tomou a sua decisão, ele terá que conviver e lidar com as consequências desse ato”, acrescentou o presidente do STF.
DIREITOS POLÍTICOS
Barbosa lembrou que a Constituição Federal prevê que os condenados percam os direitos políticos. “Além do voto aberto para o Congresso Nacional, outra proposta, a meu ver, que viria ao encontro do que uma maioria do STF disse no ano passado, seria o condenado criminalmente, sem nenhuma possibilidade de recurso, transitada em julgado a decisão, automaticamente perder o mandato.”
Aliás, lembrou o ministro, “a Constituição diz isso no Artigo 15: o condenado por pena criminal tem os seus direitos políticos suspensos. Ora, a posse dos direitos políticos é um requisito indispensável para o exercício da representação do mandado eletivo. O sujeito não pode nem se candidatar, muito menos conciliar essa condição de parlamentar com a de presidiário”, resumiu.
Barbosa falou com a imprensa depois de receber o Prêmio Presidente José Alencar de Ética, da Associação Comercial do Rio, na categoria Gestão Pública.

Ministério Público quer conhecer convênio entre Cuba e Organização Pan-Americana da Saúde

 

 


Aline Leal Valcarenghi
Repórter da Agência Brasil


O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Sebastião Caixeta disse hoje (30) que o Programa Mais Médicos precisa de atos complementares para delinear seu modo de funcionamento. Na primeira audiência do inquérito que investiga o programa, Caixeta pediu ao Ministério da Saúde acesso à documentação que embasa o convênio firmado entre a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o governo de Cuba, um dos países que vão enviar médicos para o programa.
No começo desta semana, a Federação Nacional dos Médicos pediu ao MPT uma investigação sobre o programa e apontou a falta de publicidade desse documento como como um alerta.
“O programa tem de respeitar os valores das relações de trabalho garantidas na Constituição Federal”, disse, em nota, o procurador, que está conduzindo o inquérito. A investigação foi aberta na última quarta-feira (28) para averiguar descompassos entre os termos da medida provisória e as notícias veiculadas na mídia, “inclusive pelo site do Ministério da Saúde”.
Na audiência, o representante do Ministério da Saúde, Jean Keij Uema, entregou a documentação que compõe o arcabouço jurídico que fundamenta o programa e se comprometeu a entregar na segunda-feira (1º) cópia do convênio entre a Opas e o governo de Cuba. O Tribunal de Contas da União vai investigar a documentação em parceria com o MPT.
Depois de decisões favoráveis na Justiça, o Ministério da Saúde iniciou ontem (29) no Rio Grande do Sul o processo de emissão dos registros profissionais provisórios para os profissionais formados no exterior que vão atuar no Mais Médicos. Hoje (30) a pasta entrou com o processo no no Distrito Federal e nos demais estados que receberão médicos.
Os registros profissionais provisórios são emitidos pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde o médico vai atuar. A entidade tem 15 dias para liberar o documento, depois da entrega dos papéis dos médicos formados no exterior. Esses profissionais receberão registros para atuação restrita ao Programa Mais Médicos, cujas atividades concentram-se exclusivamente na atenção básica de saúde.
Na próxima segunda-feira (2), os médicos formados no Brasil começam a atuar. Os que se formaram fora do país começam no dia 16 de setembro, depois de concluírem a ambientação de três semanas, que começou na segunda-feira (26).

No Supremo, uma sinuca de bico

 

 


Carlos Chagas

Na próxima semana, no máximo na outra, o Supremo Tribunal Federal terá encerrado o julgamento dos embargos de declaração interpostos pelos mensaleiros. Ao que tudo indica, rejeitando todos, como até agora.   A partir daí, virá a grande decisão, qualquer que seja: 1) O plenário da mais alta corte nacional de Justiça inicia a apreciação dos embargos infringentes, aqueles que  na teoria poderão reverter sentenças de prisão, arrastando-se os trabalhos por pelo menos mais um ano. 2) Não será aceito  nenhum embargo infringente, determinando que  em questão de dias  os réus estarão na  cadeia.
Impossível  a previsão sobre  o que vai acontecer. Advogados dos sentenciados fazem todo o tipo de contas a respeito do voto dos onze ministros, mas garantir a tendência de cada um, ninguém garante.
Resta assim analisar as consequências políticas das duas opções. No caso de o julgamento prolongar-se por mais um ano, não haverá como evitar na opinião pública  uma profunda desilusão, mesclada com indignação. Os  mensaleiros continuarão em liberdade, quatro deles até exercendo  mandatos de deputado. Uma evidência a mais  da morosidade da Justiça quando se trata de criminosos de alto poder econômico. Uma vitória para eles.
Se desprezados em bloco os embargos infringentes, crescerá a imagem do Judiciário junto à população.
Discute-se a dúvida milenar a respeito de os tribunais decidirem exclusivamente de acordo com a lei ou, no reverso da medalha, exararem suas sentenças com um olho nas ruas. Não são excludentes as duas hipóteses, desde que limitadas pelo bom senso. Nem atropelar a lei nem dar as costas para o sentimento popular será sempre possível.
Boatos e especulações sopram nos corredores do Supremo:  aceitos os embargos infringentes, em sinal de protesto  Joaquim Barbosa renunciaria à presidência da corte e à sua cadeira de ministro.  Poderia até candidatar-se à presidência da República.   Recusados de uma só vez aqueles recursos, muitos mensaleiros buscariam refúgio no exterior, mesmo já tendo seus passaportes confiscados.
Tanto a imaginação quanto o temor dão-se as mãos, nessas horas. A procrastinação vai gerar a descrença, quem sabe a revolta. O encerramento abrupto do julgamento determinará o descrédito nas leis do direito de defesa. Uma sinuca de bico.
DOIS EXTREMOS
Enquanto a Câmara dava vexame ao evitar a cassação de Natan Denadon, o Supremo Tribunal Federal negava a redução das penas dos réus do mensalão,  ao apreciar os embargos de declaração. Mesmo inconclusa a novela do julgamento, ficou clara a distinção entre os dois poderes, ao menos até  agora.
APREENSÕES
Ninguém sabe como serão as manifestações de rua no próximo sábado, Sete de Setembro.  Vândalos e tresloucados preparam a baderna, mas talvez venham a ser desestimulados pela maioria.
 (Tribuna Da Imprensa )

PIB brasileiro cresce 1,5% e surpreende

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O deputado Donadon será cassado inapelavelmente. Parlamentares pediram ao Supremo que ANULE a sessão de quarta-feira.

 

A ‘reabilitação’ de Renan, um perigo para a democracia. O povo volta às ruas, em massa, no Sete de Setembro. Os que ‘salvaram’ o deputado-ladrão tentam MANTER o voto secreto. Não conseguirão. O Supremo pode liquidar tudo, numa sessão RÁPIDA, na segunda-feira.

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa 




O deputado Henrique Eduardo Alves, depois da vergonhosa, lamentável, escandalosa e PERIGOSA salvação do mandado do ex-deputado Donadon, afirmou do alto de sua presidência: “Estou envergonhado, enquanto não acabar o VOTO SECRETO, não colocarei em votação mais nada que tenha esse sistema de decisão”. E deu posse ao suplente (ex-senador e ex-deputado Amir Lando), que assumiu horas depois.
Mais um suplente que não representa nada nem ninguém, a posse e a vigência dessa excrescência que só existe no Brasil. Coloquei no início desses comentário, além de todos os pejorativos possíveis, a palavra que identifica muito bem a manutenção do mandato de um “cidadão” (Donadon, o presidiário), que perdeu os direitos políticos: P-E-R-I-G-O-S-A.
A repercussão negativa foi terrível e atingiu os mais diversos setores da comunidade. Até Renan Calheiros (ele mesmo, o presidente do Senado) disse publicamente, com cara de envergonhado e voz de derrotado: “Assim não é possível, a Câmara não podia ter mantido o mandato de um deputado que perdeu os direitos políticos”.
A “REABILITAÇÃO” PERIGOSA
E A VOZ DA RUAS, IMINENTE
Tudo o que o país não precisa é a “colaboração” e o presumido, suposto, lamentável, inaceitável, incompreensível “protesto” de homens ou parlamentares como Renan e muito outros deputados e senadores. Situando todos no presidente do Senado, a advertência até generosa: “Renunciem imediatamente, voltem para casa (qual?), se recolham à insignificância da qual nunca saíram”.

O SETE DE SETEMBRO DAS RUAS
Está sendo preparado há mais de um mês, manifesto da chamada voz das ruas, em todo o Brasil. Esperam colocar multidões em protesto com o mesmo volume do que começou em 6 de junho e depois foi tomando outros caminhos. E logicamente estão sendo incluidas na relação represálias contra o Congresso, por causa da preservação do mandato do ladrão Donadon, quase rima e é verdade.
Além da continuação do “fora Cabral” (isso sumarizando e englobando muita coisa), o fim da CPI dos vereadores para EXALTAR a máfia dos ônibus, CPI que só tem agora 4 vereadores do total de 51. E uma juíza “ratificou” o funcionamento dessa CPI, dizendo: “Os outros não assinaram porque não quiseram”.
A juíza, impensadamente, ou melhor, imprudentemente, cassou o direito dos 45 vereadores (depois dela, mais dois deixaram a CPI) de decidirem de acordo com suas convicções e conclusões. Agora, até o Sete de Setembro, a CPI tem apenas 4 vereadores dos 51. E desses quatro, dois são do PMDB. O presidente e o relator. Que maravilha viver, para esses corruptos, mafiosos e milicianos.
O VOTO SECRETO NÃO ACABARÁ
O presidente da Câmara não pode recuar. Disse que com VOTO SECRETO nada mais será discutido ou resolvido. Só que os mesmos que “salvaram”Donadon (esse “salvaram” vai entre aspas, pela razão muito simples, elementar e irrevogável, de que ele não voltará mais ao Congresso, com algemas ou sem elas), esses grupos que não compareceram para votar ou votaram pela permanência de Donadon, estão articulando duas medidas para preservarem mandatos cassados (ou quem sabe, deles mesmos) quase na situação do ladrão parlamentar encarcerado.
Articularão a continuação do VOTO SECRETO. Para acabar com essa covardia, imoralidade, indignidade, serão necessários os votos de 342 deputados, dois terços dos 513. Sabem de ciência própria que ninguém conseguirá, sem o “espírito” que prevaleceu na votação da PEC 37. (Que ia ser APROVADA por UNANIMIDADE, em menos de 24 horas obteve essa UNANIMIDADE, mas para DERRUBAR a PEC da represália.
A TENTATIVA DE ANULAR A “SALVAÇÃO”
Outro grupo, mais prudente e previdente, tenta anular a votação de quarta-feira e realizar outra. Para isso também precisam de dois terços, os tais 342 votos. Sabem que normalmente não conseguem, a existência do voto obrigatório e proporcional contaminou e desmoralizou o Congresso. Mas haverá modificação e mudança de voto, de hoje até Sete de Setembro. Como está, não c-o-n-t-i-n-u-a-r-á.
O SUPREMO DECIDIRÁ SOBRE DONADON
O Tribunal que não cassou o mandato de Donadon (por divergências menores entre ministros, quase todos rompidos entre si), suspendeu seus direitos. Que deveria representar a mesma coisa. (Imaginem Donadon, condenado a 13 anos de prisão, mas deputado. Poderia ir à Câmara, subir à tribuna e pedir ao presidente: “Por favor, mande tirar minhas algemas, assim não posso nem me equilibrar”).
E quem estivesse presidindo a sessão, ordenando a um segurança: “Tire as algemas do nobre deputado, esse é um direito de Sua Excelência”. E concluindo: “Quando o nobre deputado acabar de exercer seu mandato, e estiver de saída para cumprir a decisão da Justiça, coloque as algemas novamente”. (Isso é o que parlamentares, na quarta-feira, tentaram transformar em REALIDADE).
Representantes dos 233 deputados, que corajosamente, cumprindo a obrigação do mandato, votaram pela cassação de Donadon, entraram com recursos no Supremo. O que pedem? Que o Supremo, que SUSPENDEU OS DIREITOS POLÍTICOS do deputado, ANULE a sessão de quarta-feira. Pois a sua própria decisão foi conclusiva e unânime.
Agora, esquecendo as picuinhas e o desgaste prolongado do julgamento da Ação Penal 470 (mensalão), mesmo sem se falarem, VOTEM. E por UNANIMIDADE decidam: “Qualquer parlamentar que está com os direitos políticos suspensos, obviamente está com o mandato CASSADO”.
A opinião pública não aceita qualquer votação diferente. (Muitos ministros já fulminaram publicamente o vexame da Câmara). Assim, é imperioso que ANULEM o escândalo de quarta-feira.
E para que não haja dúvida, devem fazer a sessão logo na segunda-feira, e podem chamar de extraordinária (a questão é simples), acalmando a opinião pública.
E os ministros mantendo seus próprios direitos constitucionais  de “IR E VIR’ pelas ruas hoje, tão intransitáveis e ameaçadoras.
Pode não haver CONSENSO. Mas votar diferente é CONTRA-SENSO”.
A MULTA DO ITAÚ
O segundo maior banco brasileiros foi multado em 19 BILHÕES de reais. Foi noticiado, era impossível ignorar. Mas depois do registro o mais discreto possível (o Itaú e a FEBRABAN compreenderam), silêncio total.
Ninguém trata mais do assunto, a multa não é notícia. O Itaú diz que é “ignorância” da Receita (lógico, usou palavras mais suaves). Esse órgão poderoso com quem se engana num “declaração”, vai aderir ao confortável silêncio COMPLACENTE com os que dizem, “sabe com quem está falando?”, IMPLACÁVEl com os que não têm voz nem para protestar. E assim caminha a Humanidade.
SABOIA DEMITIDO
Logo que o encarregado de Negócios desfechou a sua operação na Bolívia, escrevi imediatamente aqui: “Haja o que houve, ele não voltará a Bolívia e ao cargo. Não acreditou, ontem foi demitido. “Conversou” com Deus e não soube que seria demitido? Terá muita sorte se “ganhar” algum cargo inferior. O mais provável é que não seja aposentado, receba o pior castigo: ficar vagando pelos corredores do Itamaraty, sem cargo, sem escritório, sem mesa, o pânico de todo diplomata que cai em desgraça.
O “ESTRONDO” DA SÍRIA
É difícil escrever “ouvindo” o barulho que vem da Síria. O exame em Damasco, feito pelos observadores da ONU, acredito que não sejam os mesmos que “detectaram” armas nucleares no Iraque, o que “justificou” a invasão.
Só que agora acontecerá o fato militar mais estranho da História. Os que pretendem combater a Síria dizem de uma forma nada explicativa: “Não será guerra, não haverá invasão, não queremos derrubar o regime, o sistema ou o governo de Bashar Al Assad”. Querem então o quê?
O REINO UNIDO SE SEPARA, A FRANÇA
QUER “PUNIÇÃO” OBAMAT CONTINUA
Não “OUÇO” nem falo com Deus, mas derrota de Cameron chega aos meus ouvidos, com a choradeira dele. O presidente Hollande já colocou a França em posição muito mais clara. Agora ele diz, “queremos punição” para o uso de armas químicas. Só que não fala em Assad. E desde anteontem, venho aceitando, comentando e conversando sobre a possibilidade dessas “armas” terem sido usadas pelos rebeldes. Como provar, num caso ou no outro? A França se decidirá?
OBAMA INTRANSIGENTE. PARA VALER/
Qual a razão? Pesquisas mostram que apenas 15 por cento da população “aceitam” a intervenção. 85 por cento não disseram nada? Segundo a metodologia mais usada, que não se manifestou a FAVOR, naturalmente está CONTRA. Provavelmente não querem se expor.
O presidente dos EUA, além do “cansaço de guerra” da população, enfrenta problemas no Congresso e não apenas da parte dos republicanos. É muito difícil obter APOIO para uma guerra se objetivo pelo menos razoável.
EXISTEM MUITOS INTERESSES
Assad não acredita em nada, mas diz que vai “responder”. Israel colocou seus mísseis na fronteira, ou melhor, nas fronteiras do território mais conflagrado da face da terra. O Oriente Médio, quando todos os ditadores estão dormindo, não tem a menor semelhança com a Disneylândia. E quando chamo todos de ditadores, alguns podem dizer e dizem mesmo: “Fui eleito pelo povo”. E foram mesmo, geralmente com mandato de 4 ou 5 anos, e permanência de 30 ou 40.
OBAMA NÃO DISPUTARÁ MAIS NADA
Terminado o segundo mandato, Obama ficará como ficaram todos os presidentes a partir de 1960: não podem ocupar NENHUM CARGO, por eleição ou nomeação. Como Clinton, ganhando fortunas por “conferências milionárias”, se acostumam.
E a História, não interessa ao primeiro negro a ser presidente do EUA? Será que considera que saindo desastrosa e desastradamente, não haverá outro negro na Casa Branca? Conheço muita inveja do passado. Mas inveja do futuro?
A PENÚLTIMA PALAVRA DE OBAMA
Tranquilo, cercado pelos personagens mais importantes (internos, ligados ao assunto, o presidente fala. O que “OUÇO” como definitivo antes de dormir: “Ainda não tomei a decisão final, Mas em NENHUMA HIPÓTESE HAVERÁ ENVIO DE TROPAS”.
Coloquei em letras maiores, porque aí está a chave de tudo. Quando Obama, só Obama, unicamente Obama decidir, um minuto depois começa tudo, que não tem definição. Isso acontecerá de madrugada, quem sabe de sábado, hoje, para domingo, ou na madrugada de segunda, no máximo.
A ex-comunista que controla a Alemanha depois da queda do Muro de Berlim e a revalidação de suas convicções ideológicas, afirmou: “Para mim não haverá ação”.
Qual é o trabalho de passar da esquerda para a direita e vice-versa? Para ela, foi só atravessar o Muro de Berlim, que já estava derrubado. Por isso, diz que não tem nada com ação, contra ou a favor.
A ÚLTIMA PALAVRA DE OBAMA
Virá, sem dúvida algum. E simples, sem estardalhaço. Apenas assim; “Agora”. Talvez antes dos observadores da ONU entregarem o relatório ao secretário-geral.
Esses observadores não ficarão desempregados. Podem até guardar os originais. Com a proliferação das armas químicas ou nucleares, serão indispensáveis.
O “RUÍDO” FINAL
A Turquia foi a última a colocar seus mísseis na fronteira. Estavam de prontidão. O país pertence ao Grupo dos 28, os que integram o chamado Tratado do Atlântico Norte. Ligadíssimo ao Ocidente.
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PS – E a Rússia e China, “gravando” todas as conversações e registrando os diversos movimentos. No momento não querem ação.
PS2 – Mas ao contrário da Alemanha, não vão esquecer coisa alguma. Dominarão o que acontecer depois, que chamam de “consequências”. Nesse tipo de guerra, acontecerá também sem aviso prévio. E também pode ser sem armas, químicas, nucleares ou até convencionais. Estas, completamente fora do mercado.

Até agora, nenhum país conseguiu implantar o marxismo

 

 


Paulo Solon
Sempre vi Marx como um valoroso ensaísta criativo, não como um cientista. Você chega facilmente a esta mesma conclusão, ao ler sua obra “A Sagrada Família”, sofisticado ensaio sobre o tema, desenvolvido juntamente com Engels.
Ensaísta, mas não totalmente distanciado das motivações políticas. Tanto que o grupo Brigadas Vermelhas sequestrou e matou o primeiro-ministro Aldo Moro, da corrente cristã italiana, praticamente tendo “A Sagrada Família” como vade-mécum.
Tanto Marx, como David Ricardo, e também Adam Smith, nenhum estudioso do assunto, aliás, ignorou que a cupidez e a avareza são os motores do desenvolvimento econômico. Nem mesmo Cristo, o chamado Príncipe da Paz, ignorou a cupidez e a avareza, já que aconselhou aos mamíferos que o seguiam a “acumular riqueza no Céu, onde as traças não a podem corroer, nem os ladrões podem roubá-la”.
Claro, o Nazareno não poderia dizer para acumularem riqueza numa nave espacial, ou em outro corpo celeste onde não existissem traças, nem ladrões, já que a malta daquela época não iria entender.
MARXISMO
Embora eu tenha mencionado que a Rússia e a China abandonaram o marxismo, agradeço a oportunidade de fazer uma retificação. Ninguém abandonou o marxismo, a não ser na aparência. Tenho até a impressão de que nenhum país conseguiu ainda implantar o marxismo. Mais algumas gerações, e vão perceber que Marx, Freud e Einstein é que continuam contribuindo com o direito, a medicina, a ciência e as artes.
Já acontece um florescimento de talento baseado nesses três luminares, basta ver a contribuição de Arthur Koestler, Saul Bellow, Isaak Babel, Philip Roth e Lenny Bruce, entre outros.
Alguns desses até desenvolvem certa cotação entre Cristianismo e Bolchevismo (ah, o fabuloso cineasta Sergei Eisenstein!), fazendo comparações entre Karl Marx e São Paulo, sempre lembrando que ambos eram judeus.
Quanto ao que Helio Fernandes declarou sobre o fabuloso Mao Tse-tung, ele já disse tudo. E como na China, a liderança única pertence ao Partido Comunista, fundado por Mao, salta aos olhos, e rebenta os ouvidos, que o marxismo enaltecido por Mao está apenas adormecido.(Tribuna Da Imprensa )

Chico Salles e os caminhos do Brasil

 

 

O cantor, compositor e cordelista paraibano Francisco de Salles Araújo, neste martelo agalopado, deixou seu pensamento caminhar “Os Caminhos do Brasil”.

OS CAMINHOS DO BRASIL





Chico Salles

Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

Esse papo vem do meu pensamento
Sem querer envolver outra pessoa
Falo assim deste jeito e numa boa,
Escrevendo aqui o meu lamento,
Construir uma família é um tormento
A canção não se tem pra quem mostrar
No amigo não se pode confiar
Eu só vejo vaidade e preconceito,

Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

Nossos rios estão todos poluídos
Nossa mata tá sendo derrubada
Guris assaltando a mão armada
O saber bem longe dos oprimidos
Os homens cada vez mais desunidos
O futuro demorando a chegar
Assim é difícil ate sonhar
Nunca mais ouvi falar em respeito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

As noticias nos deixam descontentes
Confusas com assuntos arrumados
Ate os escritores renomados
São a todos os fatos indiferentes
Tão de férias descansando e ausentes
Omissos e sem nada a declarar
Quando é que iremos despertar
E exigir o que nos é de direito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

O progresso aqui é só pretexto
Cresce mesmo é a ponta da miséria
Esta é a afirmação mais séria
Que trago neste meu martelo texto
Afirmando, confirmando no contexto
Já saí por aí a pesquisar
Com tristeza e revolta constatar,
Para aqui apontar este conceito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

Na política é só corrupção
O modelo econômico indecente
A impunidade está presente
Muita hipocrisia e ambição
O descaso com a população
Tá na hora do povo acordar
Botar fogo para a chapa esquentar
E da vida tirar melhor proveito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

E assim, sempre pela contra mão.
A família tem a bolsa como esmola
Juventude aí cheirando cola
A maior desgraça da Nação
Sem saber o que é educação,
A TV ajudando alienar
Algum dia esse bicho vai pegar
A causa passará a ser efeito,
Com o Brasil caminhando desse jeito
Não se sabe onde ele vai chegar.

 (Colaboração enviada por Paulo Peres - site Poemas & Canções)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Deputados pedem anulação de votação da cassação de Donadon



Simplício Araújo e Amauri Teixeira entraram com pedido solicitando a realização de nova votação no processo de cassação do deputado Natan Donadon. Ele é acusado de ter votado de forma ilegal




Repercutiu mal, a não cassação do deputado federal Natan Donadon (RO). Diante deste cenário o deputado federal maranhense Simplício Araújo (PPS) junto com Amauri Teixeira (PT-BA) pediram nova votação sobre a proposta que manteve o mandato de Natan Donadon. Em votação secreta, os deputados federais mantiveram o mandato do rondoniense que está preso há dois meses, acusado formação de quadrilha e por ter desviado mais de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia.

A alegação do deputado maranhense tem por base o artigo 180, parágrafo 8, do regimento da Câmara determina: "No caso de deliberação sobre aplicação de sanção disciplinar por conduta atentatória ou incompatível com o decoro parlamentar, é vedado o acolhimento do voto do Deputado representado". Donadon votou sobre sua própria cassação. O pedido foi protocolado na Mesa Diretora da Casa.

Simplício informou que o presidente da Câmara Federal, Henrique Alves (PMDB-RN), tomou uma decisão equivocada, "ele anulou um voto 'não', deduzindo que o Donadon votou 'não', mas e se ele errou e votou sim ou a consciência pesou e ele se absteve?", reclamou.

Para explicar ou mostrar como votou Natan Donadon o Henrique Alves terá que quebrar o sigilo do painel, desta forma o parlamentar considera que a melhor solução para o problema é anular a votação, uma vez que "nem os próprios deputados que votaram contra, não vão querer que quebrem o sigilo do painel", enfatizou.

O secretário-geral da mesa, Mozart Vianna, já adiantou que dificilmente o pleito de Simplício será atendido, já que segundo ele, o voto de Donadon não foi computado. "O regimento estabelece que o voto não deve ser acolhido, e de fato ele não foi", afirmou.

Outro maranhense, o deputado federal Pinto da Itamaraty (PSDB), que não compareceu á sessão que manteve o mandato de Donadon, emitiu nota ontem alegando que sua ausência se deu em virtude do falecimento de um amigo. Pinto disse que era favorável à cassação de Donadon e que sempre defendeu o voto aberto, desde quando era vereador de São Luís.

Assembleia repudia voto secreto
Os deputados da Assembleia Legislativa do Maranhão, tanto de oposição quanto de governo, criticaram duramente a prática de votação secreta utilizada pelo Congresso Nacional. Por força de emenda constitucional, a Assembleia Legislativa do Maranhão não permite votação secreta para nenhum tipo de tema ou preposição, nem mesmo para cassação de deputado. Além do Maranhão, as Assembleias de São Paulo, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Acre só permitem votações abertas.

Para o líder do governo, deputado César Pires (DEM), destacou que este tipo de votação faz com que o parlamentar fuja dos compromissos que assumiu na campanha. Para o Democrata, a votação aberta obriga o parlamentar a se manter nos preceitos que tornou público na campanha eleitoral. "Na medida e que não se permite a votação secreta, o parlamentar não se distancia dos conceitos que pregou nos palanques. Eu tenho certeza que a situação que vivenciamos no Congresso Nacional não ocorreria se a votação fosse aberta. As pessoas ficariam com medo das críticas da sociedade que o vigia. Mas hoje, na Assembleia do Maranhão, isso já não existe. Aqui toda votação é aberta. Cada um assume suas responsabilidades", declarou.

O líder da oposição, Rubens Pereira Júnior (PCdoB) teve pensamento semelhante ao governista e acredita que, pelo menos neste aspecto, o Maranhão deu um exemplo positivo ao ser um dos primeiros a abolir o voto secreto de seu parlamento. "É um absurdo a votação secreta. Hoje pelo menos na Assembleia do Maranhão não existe mais este dispositivo. O parlamentar tem que prestar contas com a sociedade do que vota, já que o mandato é popular. Ali ele é mero representante e o voto secreto fere o direito ao cidadão que o elegeu para representa-lo saber se ele o está fazendo", argumentou.

O deputado Roberto Costa (PMDB) também salientou o momento da democracia brasileira, que clama cada dia por mais transparência. Para o peemedebista, nenhum tema é tão delicado que possa ser "escondido" do povo. "O parlamento tem que ser o mais transparente possível. Devemos dar satisfação à sociedade de todos os atos parlamentares. E não deve haver nada que impeça a sociedade de ter acesso a esta informação".

A deputada Eliziane Gama (PPS) também enalteceu a posição da Assembleia maranhense. A deputada crê que é chegada a hora da Câmara federal também seguir o caminho da votação aberta para todos os temas. "O processo tem que ser o mais transparente possível. A Câmara precisa adotar também 100% das votações abertas. É o mínimo que poderia fazer. Prestar contas com a sociedade. A Assembleia do Maranhão já o faz e o restante do país precisa evoluir neste sentido também".

Em entrevista a O Imparcial em março deste ano, o senador Edison Lobão Filho (PMDB) defendeu o voto secreto para determinados temas nos quais o voto aberto iria incidir em uma escolha que prejudicaria o país. O senador citou como exemplo uma proposta que aumentasse o salário mínimo para R$ 1mil.

"A pressão popular seria muito grande para aprovar, mas isso arrebentaria o país. É direito do povo cobrar, mas é preciso responsabilidade. Devagar vai aumentando, mas não se pode de uma vez. Ou seja, o senador deve ter direito de votar alguns temas sem pressão. E assim, só secreto. Aí podem dizer que na votação secreta se faz acordo na calada da noite. Mas qual a garantia também para quem fez o acordo de que o parlamentar irá votar? A votação secreta é boa por vários aspectos", pontuou à época.

Discussão volta na Câmara
Em junho, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal aprovou a PEC que acaba com o voto secreto nas votações em plenário para perda de mandato de deputados e senadores, mas a matéria ainda precisa passar por comissão especial antes de seguir para o plenário. Alguns deputados cobraram a retomada da votação após a sessão que manteve o mandato de Donadon.(  O IMparcial )